terça-feira, 7 de outubro de 2025

O visitante.

 

                                                      Image by Adam Krypel from Pixabay.



O visitante.



Caros amigos, não poderia deixar de registrar tal evento. Então, vamos conversar de astronomia agora, assunto desse momento curioso na nossa existência, onde possibilidades nesses tempos de redes sociais se criam especulações lucrativas para diversas páginas que se colocam na órbita desse interesse. Eu costumo criar registros de momentos para os meus livros, quem os lê sabe disso, de certa forma são um verdadeiro almanaque de acontecimentos com recheio cultural de qualidade, embora a maioria não se importe com isso. Nada mais entediante para nosso povo do que cultura de qualidade quando se tem acesso fácil a pornografia e que possibilita o festival de masturbação possível na realidade. A coisa, o tal de 3i Atlas, algo vindo das profundezas siderais chaga aqui no fim desse mês de Outubro. Como uma semente vadia levada pelo vento cósmico, chega na primavera para ser inicio ou fim de algo. Carl Sagan afirmou certa vez que se apenas aqui existir vida em todo esse universo seria um enorme desperdício de espaço, concordo com ele. Porém, considero mediante as distâncias colossais que separam possíveis planetas com vida uns dos outros, não será possível contato entre elas. Não dentro de um período de vida humana ou semelhante. Já escrevi a respeito, para uma civilização alcançar algum nível ultra sofisticado de tecnologia, essa civilização terá de passar por todos os riscos gerados por ela mesma para si, como acontece conosco e os riscos que pairam no universo. Meteoritos, cometas, explosões de supernovas, raios gama, buracos negros, etc. Afirmei em texto mais antigo: civilizações vão surgir, crescer, se expandir e desaparecer sem nunca conseguirem contato com qualquer outra civilização, o universo parece ter sido construído para isso mesmo, evitar e impossibilitar contatos entre grupos de vida. Então crianças assustadas e condicionadas por filmes de ficção científica, deve ser apenas uma enorme pedra viajando pelo universo, e passará bem perto de nós. Não tendo nosso planta como alvo é o mais importante, ou teremos o mesmo fim dos dinossauros. Na verdade, até merecemos tal fim, um lugar que se degenerou a tal ponto que vidas não possuem importância, indivíduos não conseguem mais aceitar o sexo no qual nasceram, e a individualidade não vale mais nada, criando uma atmosfera de fim de mundo, talvez mereça ser apagado da realidade. Quem sabe, talvez o visitante seja a solução de nossos problemas. Stephen W. Hawking disse a respeito do universo: “Para falar da natureza do universo e discutir questões tais como se ele tem um começo ou fim, é preciso ter clareza do que é uma teoria científica. Numa visão mais simplista, a teoria é apenas um modelo do universo, ou uma parte restrita de seu todo; um conjunto de regras que referem quantidades ao modelo de observação que se tenha escolhido”. Este tal universo, pode ser algo totalmente diferente do que nossa percepção humana vê. Somos insignificantes dentro de tudo isso, o pálido ponto azul capturado de uma sonda espacial , a terra vista, se não me engano de Saturno, traduz muito bem o que somos, nada. Minhas desculpas a você que vive banhado de arrogância e se considera especial, você é um nada no contexto. Nossa insignificância é tamanha que o nada já é muita referência para nós. Contudo, nós temos uma imaginação saliente e ela garante a construção de cenários diversos dentro da realidade arquitetônica como alternativa ao conteúdo regrado por afirmações lógicas. E dentro desse mundo alternativo mora a invasão alienígena, a chegada de algo superior, pois apenas uma civilização extremamente evoluída poderia chegar aqui atravessando o infinito que nos cerca. Chega a ser poético, despertamos interesse de algo ou alguém, e dentro de hipóteses diversas moram alternativas onde a sugestão se abriga sem nenhum comedimento, claro, tudo isso gera dinheiro, produções cinematográficas, livros, programas de entretenimento diversos, e uma boa dose de sublimação psicológica como terreno seguro, livre da realidade agressiva. O ser humano, quando sob pressão foge da realidade para mundos alternativos onde costuma produzir subterfúgios e evasivas que o livrem do que é real. A cultura, os produtores dessa área fornecem material constantemente para essa versões de fim de mundo. Umas inteligentes, outras tacanhas e filosoficamente equivocadas, e claro, enfim, entretenimento. Um cenário onde cabe qualquer devaneio. Haja pipoca e refrigerante para acompanhar tudo isso. E assim prosseguimos nas nossa fantasias que ajudam de certa forma no entorpecimento geral. Tem o extraterrestre bonzinho, o canibal e o que simplesmente quer passar creolina geral na terra e livrá-la desse limo podre que somos nós.



A humanidade se controla e vive por códigos, na maioria de origem religiosa ou assim estabelecidos. Hamurábi, Maat, cristãos e tantos outros processos de controle. Nessa nossa fase tecnológica, algumas dessas regras entram em conflito existencial com tanta novidade e manipulação. Esses padrões conforme descrito por Carl Sagan se dividem em cinco, aqui vou apresentar uma delas: “O padrão mais admirado de comportamento, pelo menos no ocidente, é a Regra de Ouro, atribuída a Jesus de Nazaré. Todo mundo conhece a sua formulação no Evangelho de São Mateus do primeiro século: “faz aos outros o que desejas que te façam”, quase ninguém a segue”. Mas ainda assim é um parâmetro como muitos, uma referência comportamental que mesmo na maioria das vezes ignorada como alertou o cientista, mesmo assim é um referencial de controle. Mas o ser humano é rebelde e não se ajusta com facilidade dentro de conceitos civilizados de ser, trazemos um nós uma animalidade conturbada, distante, mas frequentemente capaz de ousadias cotidianas no comportamento. E assim, o custo e resultado do comportamento é aferido e a partir dai se conduz uma narrativa, se plausível ou não se torna irrelevante ao gerar lucro. Mergulhados nessa ilusão como definiu o Buda, não significa que vivemos numa fraude mas numa malha de conexões onde estamos conectados substancialmente em essência no mesmo tecido da realidade. Todos nós somos energia que baila freneticamente se consolidando momentaneamente em matéria e uma realidade plausível para que a chamemos de nossa. O momento pode parecer frívolo mas na superficialidade dos eventos existe substância e padrão. Nosso intervalo se consiste de aparências mas há nele capítulos a se considerar com citou Buda: “Vê esse corpo ilusório, resplandecente e enfermo, uma estrutura de ossos, sujeito a doença constante, cheio de incontáveis desejos, no qual nada há de permanente ou estável”. E sendo assim não há com o que se preocupar crianças, uma pedra cósmica irá passar por aqui, aproveite o espetáculo nos céus, e se for outra coisa, também não precisamos nos preocupar com o que foi decidido a nossa revelia. Toda e qualquer circunstância acontece por um plano, e o portador do cronograma pode ter decidido que a situação exige correção, reformule e aprimore sua capacitância, energize-se para o próximo ciclo que talvez venha, e se não vier, esteja pronto para a continuidade, pode ter ainda um bom pedaço de ilusão para ser consumida, não perca essa oportunidade.



Gerson Ferreira Filho.



Citações:



Uma breve história do tempo. Stephen W. Hawking. Editora Circulo do livro.


Bilhões e bilhões. Carl Sagan, Editora Companhia das Letras.


Dhammapada, os ensinamentos de Buda. Editora Mantra.




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domingo, 5 de outubro de 2025

Suscetibilidade esgarçada.

 

                                                              Image by Chris from Pixabay.




Suscetibilidade esgarçada.




Os tempos mudaram, os termos trafegam volumosamente entre redes sociais e a informação prontamente invade nossa intimidade, estresse, caos, estamos vivos dentro de uma aleatória poesia de Bukowski. O sentido não precisa ser exato, o significado fugiu para ser paradigma do álcool, no nosso caso, virtual, indefinido, e também embriagante e mortal. Neste ambiente que desliza entre mutações quânticas, a certeza muda de sentido e a alegria de um momento possui a arrogância fugaz de uma nova mensagem. Aqui malandros modernos enriquecem criando expectativas, fornecendo mais uma dose de estresse no balcão de oportunidades, dentro dos seus terninhos estilizados e seus vestidos parametrizados oferecem amostras de um sonho irrealizável. Ao menos momentaneamente, mas aqui a taxa de sucesso sempre é negativa, Não reclame, entorpeça-se na anilina que da colorido ao nada, sorria para o subterfúgio ousado, aqui o pretexto sempre será o ardil que envolve uma trapaça. Eu sei, a ocasião oferece uma náusea companheira, um desconforto suscetível ao aconchego com a alma desprevenida, aquela que ainda crê na verdade. Aqui, nesse ambiente, fomos escolhidos apenas para fazer número, fazer lastro, uma carga relativa e em determinados momentos dispensável, quando outros bens mais valiosos ocuparem seus espaços. Tudo que era apenas peso, será descartado, sem serventia, uma inutilidade que foi útil, porém no presente atual , não tem mais serventia, e você até poderá ser simplesmente ignorado por quem idolatrou e defendeu. Nesse mundo relativo, seja o menos idiota possível, é fácil, nesse mundo de estúpidos e imbecis. Seja canalha, não dê oportunidade a escumalha, que sentencia seus passos como uma infâmia, uma poesia sem ética de Bucowski: “Mulheres são caras coleiras são caras vou começar a vender ar dentro de sacolas laranja escuras grafadas: lume-lunar”. Apareça sem deixar rastro, suma sem marcar presença, pois a sentença da ocasião será a evasiva da sucumbência que terá de arcar. No fim, tudo dará errado, mas o culpado será você, seu papel no contexto é esse, não percebeu? Ou você acredita mesmo que seu político de estimação fará algo em seu benefício? Esqueça porque para ele, você nem sequer existiu. Essa chuva de informações a qual você se submete, vai desestruturá-lo, sem perceber. Procure um abrigo, permaneça no ambiente sem prestar atenção na anarquia continuada e proposital gerada para obter lucro, hoje interação social, acesso continuado a mensagens geram renda e muita gente quer sua atenção, sua curtida, seu repasse de mensagens. Filtre como for possível e não entre no olho do furacão. Faça quando for possível uma rede de amigos, com valores semelhantes aos seus, e de preferência aos não fanatizados. Um fanático, seja no que for não é boa companhia, o mundo de gente assim é restrito e concentrado, e eles consideram que todo restante está errado. Em toda diversidade possível do mundo, uma pessoa que alega ser portadora da única verdade é muito perigosa. O ser humano é contraditório, desorganizado, aleatório e a incoerência costuma ser sua parceira. O mundo, psicologicamente falando não é um lugar fácil, nem um paraíso. Isto aqui é um lugar de enfrentamento, de superação e confronto diário com uma enxurrada de desafios. Aqui a indignidade caminha com um sorriso nos lábios, ela sabe, sempre tem alguém distraído com o ambiente para ser sua vítima. Embora lindo, possuindo belezas extraordinárias, não estamos num lugar bom, num suposto paraíso. São raras as boas presenças nesse plano, elas existem sim, porém viva sempre com cautela. Por que citei Bukowski? Justamente por ele descrever esse mundo como ele é, sem filtros, injusto, cruel, sujo, perverso e grosseiro. Sua poesia fere sensíveis, seus textos são cáusticos e corroem a hipocrisia de uma sociedade que vive de aparências. Alguns diriam que ele era um degenerado, mas ele apenas relatava a realidade, bruta, sem evasivas politicamente corretas, o homem certo para esse nosso momento, onde uma cruel monotonia de vulgaridade paira no ar como uma bruma sufocante e invasiva para nossos valores.



Afinal, precisamos como catarse um pouco de desequilíbrio, Num baile que pede fantasias, dispa-se do bom senso e vá como o ambiente pede. Não se preocupe com a escassez de sentido e propósito, ofereça a si mesmo um intervalo útil dentro desse cenário. Ser aleatório nesse palco ajuda a suportar o clima. Apenas não seja injusto caso encontre pelo caminho alguém que realmente mereça crédito. Difícil, mas não impossível. Mimetize-se nessa circunstância para superar as ousadias da estupidez, pois afinal, adaptação significa sobrevivência. Não vou poupar vocês do caos de Bucovski título castanho claro: “Um olhar castanho claro aquele vazio imbecil e encantador de um olhar castanho claro darei um jeito nele. Você não precisa me enrolar mais com seus truques de Cleópatra cinematográfica você já se deu conta se eu fosse uma calculadora teria colapsado tabulando as infinitas vezes que você usou esse olhar castanho claro? Não que você não seja melhor com seu olhar castanho claro. Algum dia algum filho da puta vai te matar e você gritará meu nome e finalmente vai entender o que já deveria ter entendido há muito tempo”. Para os dias de hoje recomendo a leitura das poesias e textos diversos dele, pessoas sensíveis e politicamente corretas não recomendo, Essa que coloquei aqui é uma das mais leves, tem coisa mais pesada. Uma realidade bruta para preencher espaços ociosos e sem testosterona.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


O amor é um cão dos infernos, poesia. Charles Bukowski. Harper Collins Editora.


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sábado, 4 de outubro de 2025

O significado e o sentido.

 

                                                         Image by Isi Dixon from Pixabay. 




O significado e o sentido.



Tudo começou com uma palavra dita circunstancialmente ao vento, um balbuciar de alguma coisa na poeira do tempo, a princípio algo sem sentido, sem propósito aparentemente. No calor das pradarias, entre exames de moscas oportunistas e também pode ter sido no abrigo das cavernas, terá sido antes da descoberta e controle do fogo? Para que proporcionasse conforto e poesia ao clima? Ou apenas surgiu de grunhidos indecifráveis e grotescos nas ocasiões de risco e ou terror ao encontrar o perigo esfomeado das feras nas savanas? Existe muita controvérsia quanto ao momento, mas a necessidade sempre faz o momento, surgindo de forma impertinente entre essas necessidades prementes das circunstâncias. Com o aumento lógico da capacidade cognitiva de um cérebro em expansão nutrido com proteína animal, as coisas começaram a ficar mais complexas e o outro ao seu lado passou a ser algo além de um objeto que o acompanhava, havia um conexão ainda não produzida na comunidade, gestos apenas não bastavam para distribuir a informação. Nomear coisas pode ter sido o início, coisas simples de uso diário, coisas ainda sem conexão mas com significado para a comunidade. A semântica estava engatinhando em coisas extremamente simples, nenhuma sofisticação, mas já um início promissor. O pensamento confinado em cérebros iniciava sua migração, seu salto de qualidade para outra cabeças, outra moradia que não fosse a de origem. Entre armas para caça e defesa, e a necessidade de ser manter vivo, a comunicação tem papel extremamente relevante no grupo. Essa urgência requisitou algo além de gestos, houve a necessidade de dar oralidade a simbologia inicial gesticular para o aprimoramento da circunstância. Palavras passaram a se combinar em associação natural e conveniência ocasional, o sentido, o traçado partiu da origem esfarrapada para usar agora um traje mais compreensível e até em algumas circunstâncias com abstrações aleatórias se compondo na oportunidade e nas evasivas da compreensão. De forma progressiva o pensamento começou a ser transmitido de forma mais complexa, de palavras soltas a construção de frases conectadas a ação de falar, dentro de um dialeto as ideias já fluíam com um mínimo sentido, porém ainda sem a riqueza gramatical que ainda sofrível e modesta dentro de um contexto de evolução. Já podíamos conversar ao redor da fogueira dentro das cavernas, e até quem sabe, planejar as ações do dia seguinte, da caça, da pesca, etc. Passaria muito tempo até que alguém pensasse em registrar esses pensamentos, enfim, escrever. A escrita foi outro grande salto organizacional na humanidade. Mas casais já poderiam discutir a relação em palavras, sem registros de tudo isso. Apenas desenhos artísticos nas cavernas. Pode ter sido o ponto de partida para elaborar uma codificação específica das palavras, do que era falado, coisa que ainda não existia. Se touros, búfalos, gazelas e até humanos podiam ser representados como imagens nas paredes da cavernas, por que não palavras? Mas até esse insight surgir levariam milênios. Civilizações bem organizadas não tiveram língua escrita. Tudo isso que apresentei para vocês é um cenário hipotético, não existe certeza absoluta de como aconteceu, mas procurei empregar um sentido lógico na coisa toda. Porém apoiado nos especialistas, que levaram uma vida inteira estudando isso como Noam Chomsky que diz: “A investigação sobre o design da linguagem nos dá boas razões para levar a sério uma concepção tradicional da linguagem como sendo essencialmente um instrumento do pensamento”. A linguagem é o transbordamento do raciocínio que já não pode ser contido pela barreira física do corpo e portanto, extravasa até o indivíduo mais próximo como forma de comunicação. Se torna uma ponte necessária para acessar o próximo e dele também receber o retorno devido a ideia oferecida, enfim, comunicação. Em outro momento Noam Chomsky menciona: “Se essa linha de raciocínio estiver essencialmente correta, então há uma boa razão para retornarmos à concepção tradicional de linguagem como um “instrumento do pensamento” e para revisarmos o dictum aristotélico: a linguagem não é o som com pensamento, mas o pensamento com som”.




Para compreensão do próximo se faz necessário a estrutura da linguagem, sem ela provavelmente estaríamos ainda nas cavernas ou nem isso, talvez fossemos extintos por falta de habilidade para sobrevier. E assim, em algum momento fortuito alguém pensou em transformar os sons das palavras em símbolos, com uma ordenação específica que registrasse o sentido e o significado das palavras. Escritos mesopotâmicos cuneiformes, hieroglifos egípcios, ideogramas orientais, e rabiscos com significados padronizados, até chegarmos ao alfabeto utilizado hoje no ocidente o qual usamos. Isto possibilitou facilidades, primeiro as comerciais, junto com números podia-se agora organizar estoques de viveres e mantimentos. Perfeitamente vistoriados e conferidos quanto a valores e quantidade e qual tipo de mercadoria, foi um salto gigantesco de qualidade. E a partir desse uso profissional surgiu o registro de fatos, ações diplomáticas, e por fim, literatura e poesia. Estamos aqui hoje conversando através desse texto dentro de todo esse processo evolutivo da capacidade humana de comunicação, claro, hoje já se vê uma decadência clara de qualidade nesse campo. A população está regredindo, perdendo a capacidade de leituras mais complexas, e isso provoca uma redução na capacidade intelectual de forma geral. Estamos assistindo hoje a um retrocesso claro no nível de civilização que alcançamos até aqui. Noam Chomsky também menciona: “como boa parte da moderna linguística e da moderna filosofia da linguagem, a psicologia behaviorista aceitou muito conscientemente restrições metodológicas que não permitem o estudo de sistemas com complexidade e abstração necessárias”. Aceitou-se um empobrecimento na capacidade de entendimento da população, viver sem capacidade de abstração causa uma sobrecarga no armazenamento de informações e administração da realidade sem focar nos aspectos essenciais da vida, temos algo que margeia a insanidade mental. Já devem ter percebido como este mundo hoje está completamente sem equilíbrio mental. Não há mais especulação da circunstância para adotar uma resposta plausível, tudo gira em torno do imediatismo e da certeza pessoal que a sua opinião é a correta e não se torna possível viver com a divergência sem ser violento. E dentro desse universo de situações Noam Chomsky tem mais algo a dizer: “A linguagem humana pode ser usada para informar ou enganar, para esclarecer nossos próprios pensamentos ou exibir nossa esperteza ou simplesmente por diversão”. Não precisa mencionar como uma população sem capacidade de abstração usará essa ferramenta conhecida como linguagem, usarão da pior maneira possível.




Os termos já foram escolhidos ideologicamente: o pior será o melhor, o feio será bonito, a esperteza e a malandragem qualidades essenciais para a vida. Ser honesto e cumpridor de seus deveres uma falha moral grave, e deve ser eliminada. O conceito moral foi invertido, não há simulação para o indecoroso e sim uma firme adoção de seus critérios infames. Tudo isso apenas adulterando as percepções através da linguagem, hoje corrompida e vilipendiada, para dar espaço a uma cultura de exageros e de permissividade garantida por autoridades já inclusas em todo esse processo. Atingiram com sistematização a profundidade necessária para o fim desejado, destruição social em larga escala. Se os poucos que sobraram com lucidez serão capazes de reverter essa tragédia? Não sei, mas quando não há quem resolva algo o próprio processo colapsa, só demora mais a se decompor. Eles não sabem, mas a eternidade não entra nessa equação.




Gerson Ferreira Filho.


Citações:


Linguagem e mente. Noam Chomsky. Editora UNESP.


Que tipo de criaturas somos nós? Noam Chomsky Editora Vozes.


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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

O cabideiro de almas.

 

                                                        Image by Daniel R from Pixabay.



O cabideiro de almas.



Então, vamos conversar a respeito de comportamentos, subjeções e submissão por suposta livre vontade e o aluguel recebido para ser algo sem presença porém influente na realidade proposta como simulação da verdade. Se tudo pode se precificado e as urgências possam ser manipuladas ao tilintar das moedas, não temos algo que possamos chamar de realidade, mas apenas uma performance teatral para entretenimento e ilusão. Estamos em época de crueldade psicológica, metodologias infames atreladas ao controle político vagam nessa atmosfera densa de infortúnios e improbidades. Com um imenso estoque de despreparados intelectualmente, políticos se divertem com a massa disponível para uma próxima ousadia, pois a turma não consegue compreender que o ambiente não corresponde aos seus verdadeiros anseios particulares e necessidades, funciona como tirar pirulito de criança. Até porque já deram cachaça ideológica para essa “criança”, e ela já não possui controle sobre si mesmo. Qual o motivo dessa abordagem, que fique para registro que a esquerda fez uma manifestação ontem para punir quem não cometeu verdadeiramente crime nenhum além de uma baderna generalizada onde foram metidos como convidados para o sacrifício. Sim, a manifestação foi bem encorpada e significativa, não se pode negar isso. Quem no povo não quer assistir a um show de um artista consagrado? E de graça! Claro, foi proposital para arregimentar público e deu certo! Vários então! Como a maioria desses artistas recebem algum benefício governamental ou receberam em algum momento, não pensem que foi apenas por alinhamento ideológico. Essa inocência não pode ser tolerada, esses figurões estiveram no movimento como pagamento ao governo, não se impressionem com o discurso bonito e inflamado, a única inflamação dessa gente está no bolso que sempre requer tratamento em papel moeda ou no hoje famoso PIX. E como elementos aglutinadores de povo, este povo ansioso para assistir seus ídolos, muitos já completamente decadentes e sem produzir mais nada relevante na realidade, mas ainda assim famosos. E sendo assim deu público, para dizer que inocentes que foram feitos de otários devem passar quinze anos na cadeia sem ao menos sequestrar alguém ou assaltar bancos ou então, provocar atentados terroristas para trucidar inocentes. Incoerente? Exigir coerência da esquerda é algo surreal, eles não possuem intelecto para processar a vida assim, a existência deles é revolucionária, e tem um único propósito, enganar e pavimentar o caminho para uma ditadura. E quando não der certo, como nunca dá, dirão que isso que está aí não é o comunismo de verdade, e assim eles se retroalimentam para mais um ciclo e insanidade. De certa forma são o nosso Ouroboros moderno, algo que não tem fim. Essa coisa funciona na cabeça deles como uma verminose grave em larga escala, onde o parasita já passa a raciocinar pelo hospedeiro. Eu tenho outro texto explicando a personalidade esquizoide de Marx, com aval de psiquiatra. Basta procurarem no meu Blog. O nome desse texto é Paradoxos subliminares, eu costumo pesquisar para produzir textos interessantes, pena que raríssimas pessoas leem. Meu trabalho carece de divulgação, mesmo pagando por impulsionamento de mensagens em rede social, sem apoio de grande nomes da mídia fica difícil, e como a maior parte da mídia é de esquerda, minha abordagem os machuca. Eu faço o que posso para produzir material de qualidade, e na verdade, se o sucesso tiver que acontecer vai acontecer. Livros com papel de granulometria de ótima qualidade, capas também resistentes e tamanho de letra confortável para a leitura. Os poucos que me acompanham sabem que o conteúdo é diversificado e apresentam um série de autores relevantes.



Se você que lê isso não quiser fazer parte dos trapos espirituais pendurados no cabide político que o colocaram, tem alternativa, o material está disponível para acesso livre no meu Blog ou no meu Telegram em áudio, onde leio os textos para você fornecendo uma abordagem diferenciada na voz do autor. Nada melhor do que cultura relevante para direcionar corretamente o rumo de quem estuda, o objetivo do meu trabalho é esse. Melhorar a massa intelectual presente no público que lê meu trabalho, eu sei, muitos não precisam, tenho um público que me acompanha, pequeno porém muito qualificado, mas minha pretensão é alcançar os que não conhecem nada a respeito do que escrevo. Já me sugeriram colocar meu PIX para receber algum retorno financeiro pelo trabalho, mas acho que ainda não é o momento. Se o governo continuar a destruir o país talvez no futuro seja necessário, mas agora não. Afinal, quem produz conteúdo, seja lá o que for: notícias, informação, cultura ou entretenimento deve ser remunerado. Não acho errado quem procura retorno financeiro. Vejam, o simples sucesso do movimento da esquerda , mesmo que turbinado por artistas, já se torna um demonstrativo que nossa população precisa muito melhorar o padrão cultural por pessoa. O cabideiro do governo está lotado de almas sem nenhuma definição a respeito de ética, e valores morais para apoiar uma agenda onde a imoralidade absurda pretende condenar a uma pena extravagante inocentes usados como buchas de canhão. Querem prender alguém? Prendam para o resto da vida o responsável pelo evento. Quem fermentou e fomentou essa coisa e se omitiu quando podia solucionar fácil todo problema. Apoiar absurdos mostra o nível de miséria cognitiva de muita gente.



Eu aqui vou procurando contribuir culturalmente como posso, hoje meu trabalho é esse, conscientização; aposentado com saúde frágil, mas ainda me fazendo útil para um possível futuro melhor. Claro, desagradando uns, agradando outros e produzindo conteúdo diferenciado. Vocês sabem, em rede social o meio natural de divulgação tem de tudo, e não faltam estúpidos aos montes, estes que brotam como capim que sempre oferecem uma ofensa gratuita ou uma crítica sem cabimento, eu tenho um armazém de silenciados e bloqueados, não costumo dar muita trela a energúmenos. Hoje, esse texto foi também para desabafo e informação, mas meu produto está no balcão. Fujam desse controle subliminar onde o penduraram para uso oportuno de acordo com a conveniência política do momento. Lembrem-se sempre, politico nenhum tem piedade de vocês, ele os veem com objetos, votos e presença em manifestações, apenas isso. Se precisarem eles simplesmente abandonam a todos no meio do caminho sem nenhum constrangimento ou arrependimento, porque se o objetivo for alcançado, o idiota útil pode ser descartado, já cumpriu sua função subalterna. E seu artista preferido apenas foi pago para lhe enganar. Como não ser um idiota útil? Estude e se informe, aumente sua qualidade cultural.




Gerson Ferreira Filho.  



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sábado, 13 de setembro de 2025

A sintaxe da metáfora.

 

                                                         Image by Canva from Pixabay.



A sintaxe da metáfora.



Entre desafios sociais e pesadelos comportamentais flui nesse momento a realidade, algo desandou, alguma coisa deu errado de forma geral na composição psicológica da realidade e assim se conseguiu incentivar o absurdo. Afinal, permitimos a infiltração ideológica na camada mais frágil, a juventude. A dissonância cognitiva se tornou abrangente, hoje qualquer raciocínio fora de uma cartilha vendida como verdade passou a ser insubstituível e quem estiver fora dela deve ser eliminado. Sim, extratores de almas e mestres do convencimento habitam escolas e universidades para esse fim. Se tornou possível matar sem arrependimentos, e até gerar satisfação com o ato. Isto se chama desumanização, um processo de dessensibilização com o próximo, onde não é permitido a discordância, a diversidade de pensamento, onde o rebanho tem a verdade. A verdade programada pelo tratador do curral. Sim, animaliza-se para obter controle. A mente humana é maleável, e na juventude está bem frágil para ser manipulada, pois o jovem vive uma tempestade hormonal que o desequilibra no momento das escolhas, e assim lhes oferecem o ódio. Este sentimento, o ódio, é fiel, abrangente e seus acessórios são a dedicação total ao seu alvo e exclusividade em seus propósitos. Nada é mais dedicado ao seu objetivo do que o ódio, ele faz seu portador ser um escravo do seu alvo. Coletivamente isto é algo extremamente perigoso, pode gerar justiçamentos, assassinatos, perseguições implacáveis e radicalismos extremados. O jovem radicalizado vira uma granada sem pino, algo que por qualquer descuido provoca uma tragédia. Não há nele um sistema de mediação ou ponderação de causa e efeito quanto a resultados possíveis. No capítulo aprofundamentos do Livro vermelho de Jung tem algo interessante: “É bom saberes que os demônios gostariam de instigá-lo para sua obra que não é a tua. E tu, estúpido, acreditas que seja tu mesmo, e que isso seja tua obra. Por que? Porque não consegues diferenciar-te de tua alma. Mas tu és diferente dela, não tem de promover a prostituição com outras almas, como se tu mesmo fosses uma alma, mas tu és uma pessoa impotente que precisa de toda a sua força para aproveitamento próprio”. Ao se deixar dominar por propostas invasivas e que reestruturam sua personalidade, você jovem, prostitui sua verdade guiado por “demônios” aqueles que o doutrinam de forma errada. Que o inserem numa realidade paralela onde o amor não possui espaço, onde a ponderação e a avaliação correta não existe. Tudo passa ser apenas ódio e destruição do diferente, daquilo que destoa da cartilha que instalaram criteriosamente no teu cérebro. O rancor e o ressentimento passam a ser rotina estabelecida para a execução de projetos violentos e desagregadores. Se faz necessário beneficiar a arquitetura e reconstruir a sintaxe da metáfora para eliminar a histeria programada no seu comportamento, a subordinação do ato tem de ter equivalência e correspondência com a textura metafórica da alma. A metáfora é uma transposição necessária ao processo figurado do comportamento humano. Processo impossível onde há apenas ódio. O ódio é simples, concentrado e sem recursos além da dedicação ao seu alvo escolhido, nele não há abrangência e diversificação, apenas foco.



Prosseguindo com a orientação de Carl Jung: “Por que olhas para os outros? O que vê neles, está negligenciando em ti. Deves ser o guarda diante da prisão da tua alma. Tu és o eunuco da tua alma, que a protege dos deuses e dos homens ou que protege os deuses e os homens dela. Ao homem fraco é dado o poder, um veneno que paralisa até mesmo os deuses, assim como à pequena abelha, muito inferior a ti em força, é dado um ferrão venenoso e doloroso”. Jung também definiu que o homem vive em dois mundos, o rico mundo do interior o da alma e o mais simplificado o do exterior. “Um demente vive aqui ou lá mas nunca aqui e lá”. O que seus “professores” lhes impuseram foi viver apenas aqui ou lá e nunca aqui e lá, eles transformaram vocês em dementes. Foi proposital, obedece a uma programação estipulada para um fim definido, desumanização doutrinária através de ideologia. Profissionais do campo psicologia e da linguística se envolveram nesse projeto, não foi obra de idiotas, o idiota é você que permitiu ser dominado e manipulado excluindo o que existe de melhor na humanidade. Previsível, pois na juventude, com raras e claras exceções, não existe intelectualidade suficiente para decompor todo esse sistema de falsas premissas e de claros contrastes com a lógica. Gatilhos dever ser construídos para se livrarem disso. Sempre se questione; isto que estão me oferecendo é verdade? Pesquise, leia a respeito de opiniões divergentes. Estude outras opções fora da programação rotineira oferecida, compare, analise dialeticamente e por fim, tome a decisão fundamentada em ponderação lógica. Aceitar, considerar como verdade qualquer coisa que lhes ofereçam geralmente não instrui, forma apenas fanáticos, A mentira repetida e trabalhada com sutileza vira uma falsa verdade, uma armadilha para despreparados. A estrutura gramatical da trapaça ideológica é sofisticada, nãos se enganem com dizeres bonitos e empolgantes, na maioria das vezes, vocês estarão sob efeito do discurso, envolvente, porém falso. Uma isca pertinaz para enganar incautos. Regimes totalitários e controladores são especialistas em discursos para excitar massas ignaras e de pouca cultura. Geralmente apelam para força do grupo, o coletivismo como escudo, que se for aceito, apenas vai transformar a todos num rebanho.



No fim, a verdade proporciona a liberdade, a verdade liberta, já devem ter escutado isso por aí, né? Apesar das contingências da vida o propósito tem de ser o correto, não adianta se entregar a subterfúgios e a estratégias semânticas de controle, se tudo for falso, não atingirá um bom objetivo, e apenas levará a um labirinto infinito de suposições falsas sem fim. Jordan Peterson o seu livro Nós que lutamos com Deus cita: “Em essência, ao estabelecer um pacto com o Único Deus Verdadeiro, Abrão jura viver na verdade. No início, ele não está, de modo algum à altura da tarefa; é, no melhor dos casos, um homem comum. Essa é uma ótima noticia para o restante de nós, que lutamos para direcionar o nosso propósito e organizar nossa vida, tendo em vista que também somos pessoas comuns. Apesar dessa trivialidade, Abrão decide correr o risco. Ele jura modificar seu propósito e aceitar, até mesmo acolher, tudo o que surgir em sua jornada ao longo do caminho da verdade. É preciso entender que essa é a aceitação da própria aventura. Por quê? Porque viver na verdade – agir de acordo com a verdade, enxergar a verdade, falar a verdade – significa aceitar as consequências que surgirem, em vez de virar o alvo da ilusão motivada pelo espírito da mentira. Esse acontecimento imprevisível(o que virá a seguir no mundo?) , decorrente da verdade, é exatamente a aventura da vida”. Bom, vocês que por acaso acessarem esse texto fiquem sabendo, eu escolhi ficar do lado dos que lutam com Deus ao seu lado, e você qual lado escolheu? A verdade ou a ilusão?



Gerson Ferreira Filho.



Citações:


O livro vermelho, Liber Novus. C.G. Jung. Editora Vozes.


Nós que lutamos com Deus. Percepções do Divino. Jordan B. Peterson. Alta Books Editora.


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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Oximoros dissonantes.

                                            

                                               

                                                   Image by Julius H. from Pixabay.





Oximoros dissonantes.



E agora vamos conversar a respeito de surrealidades políticas de um tempo intratável quanto a lógica e as atitudes populares que não se acomodam apenas nesse armário contextual do tempo. Onde frivolidades ensandecidas afagam rotineiramente o cenário como se fosse uma espuma produzida por microelementos sobrenadantes na atmosfera impactada por loucuras violadas pela ousadia da vontade. E puramente por desejo de liberdade a massa protesta, mas para quem? Quem receberá o clamor das multidões? Hoje o que há é um deserto infame e cáustico de não conformidades associadas para cumprirem um propósito subjacente aos piores objetivos de uma lúcida loucura que lambe suas ocasiões no afã de ser conforto a tudo aquilo que é abjeto. Sinceramente, eu não tenho mais a mínima paciência com tudo isso, porém se faz necessário resenhar essa época para a posteridade. Será um serviço prestado ao conhecimento, exibir as tripas de um tempo que se esvaiu em indignidades coletivas por desvios de conduta profissional. Afinal, alguém no futuro tem de saber; se realmente esse futuro existir, como foram esses dias de submissão ao frenesi dialético onde o único tema admissível de discussão era a opinião oficial e nada mais. Um monólogo para multidões. E azar de quem resolvesse inferir no contexto uma dedução dissonante do que o poder desejaria. Não há sombra para oposição nesse lugar e momento, tudo se faz no sol escaldante tropical para corromper a materialidade e assim prevalecer a vontade de um seleto grupo que se posicionou no cume da sociedade. Se você não entende azar o seu, vão te estuprar ideologicamente assim mesmo, sem convencimento e some-se a isso a obrigatoriedade de agradecer. Charles Bukowski definiu: “A diferença entre a arte e a vida é que a arte é mais suportável” e também “Não existe nada tão chato quanto a verdade”. São nossos dilemas, temos de sublimar psicologicamente o momento para de forma artística enfrentar essa atmosfera inconveniente, para suportar a monotonia da verdade, concluindo; estamos todos ferrados. Ontem o povo protestou, mais uma vez, milhares foram para as ruas para solicitar justiça verdadeira, porém não há mais um receptor para essa transmissão. O eco viaja e não encontra quem o receba, todas as instituições que poderiam estar a favor , na verdade estão contra. Quando se protesta e se organiza para cobrar uma posição e obter uma resposta é exigível que do outro lado tenha alguém que receba essa demanda, se não houver, toda manifestação é inútil e nem deveria ter ocorrido. Neste cenário somos o João Batista pregando no deserto convocando para o arrependimento, no fim sobrará para nós comermos apenas gafanhotos e perder a cabeça no fio da espada para algum jagunço obediente. Inescrupulosos são todos os momentos sob os desígnios dos estúpidos. Compaixão e misericórdia são atributos de evolução espiritual, não há a mínima chance de encontrar essas coisas no meio de arrogantes onde o pedantismo aflora como um vazo sanitário entupido de dejetos. Eclodir algo infame apenas se trata de oportunidade fortuita dos gazes putrefatos do local. É assim que se constitui esse momento leitor de oportunidade, não se trata de exagero, mas de criteriosa abordagem de algo que mais parece um conto de horror de quinta categoria.



Nas cercanias dessa organizada loucura, temos de preservar um pouco de sanidade mental. Não pense em romantismo semântico nas entrelinhas dessa ocasião, estamos muito mais para o absurdo do que para o equilíbrio, fugaz é o momento onde se pode descansar a alma dentro de tudo isso, entre impropérios governamentais disparados aleatoriamente e que ricocheteiam no corpo esquálido da razão. A ignorância é um vazio absoluto, e do nada apenas sai o odor fétido de um vazio existencial que se torna predominante em todas as nossas ocasiões. Não sei exatamente se há resposta plausível para tudo isso, no ensaio da resenha sempre surge inesperadamente uma esperança vazia, uma penumbra flutuante que ousa oferecer algum conforto para uma alma que se equilibra a beira do abismo. Tradicionalmente o inesperado surge com soluções, costumam ser heterodoxas e invasivas. Mas o que exatamente poderemos desejar se nesse palco somos apenas os palhaços atribulados com suas piruetas tangenciando o risco de coisa pior? Nossa vida é uma contradição, que se adapta constantemente para obter lógica e permissão para a realidade e assim existir. Ser um oximoro não é confortável, e muito menos ajustado aos anseios pessoais de um existencialismo sólido, há plasticidade nesse contexto, e isso proporciona conflito permanente. A vida é um eterno tangenciar armadilhas. Ao roçar no risco o espírito adquire desempenho, experiência e coragem. Hoje o povo, em maioria, a camada que pensa e não depende de auxílios do governo, os que produzem riquezas querem uma solução. Encontraremos? Ou teremos de viver uma novela trágica de quinta categoria? Como somos brutos, acompanhamos as opções que se apresentam com desconfiança. Temos agora uma proposta da oligarquia para substituição do PT por um representante mais palatável, amigável para o grupo que domina este país tem mais de século. Mas acho que ninguém contou para eles que a esquerda trabalhou décadas para alcançar o poder que tem hoje, e eles não irão assim abrir mão desse poder completo para botar um sujeito do Centrão. Na presidência? Que não pertença ao Foro de São Paulo? De jeito nenhum, portando, ou é uma encenação para atribuir normalidade no processo, uma ilusão, ou há alguma carta na manga, e tem de ser muito poderosa. Entendam, foi permitido um aparelhamento completo de todas as instituições, eles hoje só entregam o poder se por algum milagre assim decidirem.



Assim flutuamos nesse oceano de hipóteses e propostas, não há bom prognostico e muito menos sensibilidade para proteger o povo do pior. O que vier será no atropelo, como tudo tem sido feito ultimamente. Não há razoabilidade nesse asfalto quente chamado Brasil, o que acontecer causará desconforto, Charles Bukowski também disse: “Quando os homens controlarem os governos, os homens não terão mais necessidade de governos; até lá nós estamos fodidos”. Então, é isso. Um eterno saltitar no chão quente com cuidado para não torrar os pés, e de alguma forma sobreviver a toda tragédia que se desenha no Horizonte perceptível do fundo do buraco onde nos encontramos.




Gerson Ferreira Filho.


Citação: Notas de um velho safado. Charles Bukowski. L&PM Editora.


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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Paradoxos subliminares.

 

                                                         Image by Tumisu from Pixabay.



Paradoxos subliminares.




O homem está condenado a ser livre”.


Jean-Paul Sartre.



Estamos em época de conflitos comportamentais, não que se apenas por acaso estivéssemos fora disso em algum momento, pois, afinal, ser conteúdo de transformação dinâmica está no nosso perfil existencial. Por isso citei Sartre logo de início, pois embora fosse de opiniões políticas infames em filosofia foi grande. Não há como fugir de sua parte filosófica apesar da idiotice política. Como já citei em textos de minha autoria mais antigos, o processo político ideológico se situa no nível da religião, quem tem fé em um formato de sociedade morre nele, apesar de erros evidentes. Se trata de fé. Apenas com uma reforma interior muito particular se consegue transcender de um formato de convencimento para outro. Afinal o próprio Sartre determinou: “Corremos rumo a nós mesmos, e somos, por tal razão, o ser que jamais pode se alcançar”. Nesse infinito escalonado onde Jung definiu como o dinâmico subconsciente, vivemos sem perceber num oceano de hipóteses, cabe somente a nós escolher, definir o rumo, mesmo que seja inalcançável, mas tem de parecer plausível para a estabilidade de ser, de se pertencer e ocupar lugar dentro da realidade. Os contrastes e as contradições sempre existirão no complexo caminho, porém suprido de informação suficiente para o exercício intelectual, será possível navegar nesse ambiente psicológico de forma segura e confortável. Tudo passa a ser conteúdo, bagagem que atenda a qualquer necessidade e imprevisto. E portanto, a liberdade, mesmo alcançada com dificuldade e meios tortuosos é o nosso destino final, estamos condenados a isso como definiu o filósofo. Muito melhor do que ser um condenado a escravidão eterna, a ser submetido para sempre aos desejos e taras ideológicas de grupos de interesse submissos a infâmias e ao exclusivismo peculiar dos que se consideram superiores ao restante do povo. Porém, até o mal possui propósito na realidade, ele não é um acidente de percurso, ou uma inutilidade ocasional que surgiu do nada. Andrew Lobaczewdki define: “Os maus tempos não são apenas o mero resultado de uma regressão hedonista ao passado; eles possuem um propósito histórico a ser cumprido”. Temos de entender que nesse ambiente que ocupamos, o sofrimento tem finalidade regenerativa. Mesmo que de pronto não consigamos entender o objetivo, mas tudo tem sua razão de ser, obedece a um minucioso planejamento estrutural onde toda e qualquer possibilidade e evento já foi calculada para determinado fim. Lutar pela sobrevivência existencial cria os blocos que irão montar a estrutura da nova sociedade dentro de valores honestos e estáveis. A diferenciação se dará na reestruturação do caráter e da personalidade do indivíduo mergulhado nos problemas ocasionais que se apresentam para solução. Compreende a estrutura mental do adversário e nela penetra de forma ousada com valores e técnicas resgatadas de valores melhores do passado para costuras no tecido psicológico dessa gente que pertence ao mal e nem e dá conta disso. Como citado por Lobaczwski: “Tempos difíceis e trabalhosos dão origem a valores que finalmente conquistam o mal e produzem tempos melhores”. O mal não passa de uma condição histérica a ser resolvida, uma neurose e nesse vazio predominante que a situação lhes oferece, vivem para prejudicar o próximo como o alívio de um estertor sistemático que sibila impulsos aleatórios de sentimentos excludentes com relação a sociedade comum.



E assim, esse resgate de valores sociais legítimos e regeneradores só é possível pela parcela da sociedade não contaminada pelo discurso socializante e coletivista que impregnou o ensino básico e superior por décadas, o socialismo foi fruto de esquizofrenia, e como comportamento esquizoide se infiltrou na realidade produzindo um egotismo tenaz exacerbado nos seus próceres de característica proeminente na sociedade para fins de controle social. Qualquer uma pessoa normal já deve ter percebido com qual ferocidade essa gente defende seus valores distorcidos e deselegantes quanto ao desenho arquitetônico da realidade. A tradicional ladainha coletivista se repete e se preserva, apesar de todos os desastres óbvios produzidos através do tempo. Por mais que os resultados dos seus valores produzam tragédias eles continuam insistindo no mesmo método, por que? Porque é um processo esquizofrênico. Peter Jacob Frostrig, psiquiatra definia Carl Marx e Engels dessa maneira: “No entanto, se forem bem sucedidos em esconder sua personalidade por trás dos escritos, sua influência pode envenenar as mentes da sociedade em uma ampla escala e por longo tempo. A convicção de que Karl Marx seja o melhor exemplo disso é correta, visto que ele foi a figura mais conhecida desse tipo”. Prezados companheiros socialistas, vocês seguem as diretrizes de um esquizofrênico, não há logica nesse mundo, por isso, nunca dá certo. Nunca perceberam? Acredito que vocês também foram incorporados nesse problema psiquiátrico. Não só e apenas no campo social mas no econômico, as alternativas apresentadas são risíveis e completamente infantis para a gestão de Estados e países de forma geral. Grandes homens, Mises, Hayek, Milton Friedman , Hans-Hermann Hoppe, Thomas Sowell e muitos outros já desmoralizaram completamente essa metodologia política de manicômio. Não há lógica procedimental nesse conjunto de aberrações distribuídas como se fosse algo aceitável e de ação previsível quanto ao bom resultado. Apenas idiotas continuam acreditando nesses delírios ultrapassados e corrompidos na origem, pois se tratam de um raciocínio doente. Não há como oferecer credibilidade a quem se entrega a esses delírios irrealizáveis. Mas não podemos desconsiderar os paradoxos subliminares que essa geringonça ideológica causa na sociedade, afinal, nem todos tem capacidade intelectual para saber o quanto tudo isso é uma farsa de grande sucesso. Definição minha, presente em outros textos: “O socialismo é uma fraude intelectual de grande sucesso”. Pode se considerar de extraordinário sucesso, para ter capacidade de envolver tantos indivíduos pelo mundo e por tanto tempo. Bom, a quantidade de idiotas sempre foi enorme, temos de levar isso em consideração.



Nessas tradicionais reentrâncias ideológicas Hans-Herman Hoppe oferece o seguinte cenário específico de um regime socialista ou de influência coletivista: “Assim, caso se deseje subir a escada do regime socialista, é preciso recorrer a talentos políticos. Não é a capacidade de empreender, de trabalhar e de satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores que garante o sucesso. Ao invés disso, é por meio da persuasão, da demagogia e da intriga – bem como por meio de promessas, subornos e de ameaças – que se alcança o topo. É desnecessário dizer que essa politização da sociedade, implícita em qualquer sistema de propriedade coletiva, contribui ainda mais para o empobrecimento e a miséria”. Algo criado por um esquizofrênico jamais terá sucesso no mundo real, portanto, essa anomalia abrangente consome vidas e recursos na realidade que não consegue absorver toda essa insanidade que ainda é propagada por seres delirantes e incapazes de entender a realidade através dos desastres que provocam, no fim, Marx conseguiu multiplicar sua insanidade de forma abrangente e profunda entre os mais suscetíveis a mitos e lendas exóticos. Sartre diz: “o homem está condenado a ser livre”, em um tom melancólico, como se isso fosse ruim, mas isto é ótimo! Representa de forma sutil que embora os esforços dos loucos, continuaremos livres, e não condenados, mas sim destinados a liberdade.




Gerson S. Filho.



Citações:


O ser e o nada. Jean-Paul Sartre. Editora Vozes.


Ponerologia: psicopatas no poder. Andrew Lobaczewski. Vide Editorial.


Democracia, o Deus que falhou. Hans Hermann Hope. Mises Brasil Editora.



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