Image by Adam Krypel from Pixabay.
O visitante.
Caros amigos, não poderia deixar de registrar tal evento. Então, vamos conversar de astronomia agora, assunto desse momento curioso na nossa existência, onde possibilidades nesses tempos de redes sociais se criam especulações lucrativas para diversas páginas que se colocam na órbita desse interesse. Eu costumo criar registros de momentos para os meus livros, quem os lê sabe disso, de certa forma são um verdadeiro almanaque de acontecimentos com recheio cultural de qualidade, embora a maioria não se importe com isso. Nada mais entediante para nosso povo do que cultura de qualidade quando se tem acesso fácil a pornografia e que possibilita o festival de masturbação possível na realidade. A coisa, o tal de 3i Atlas, algo vindo das profundezas siderais chaga aqui no fim desse mês de Outubro. Como uma semente vadia levada pelo vento cósmico, chega na primavera para ser inicio ou fim de algo. Carl Sagan afirmou certa vez que se apenas aqui existir vida em todo esse universo seria um enorme desperdício de espaço, concordo com ele. Porém, considero mediante as distâncias colossais que separam possíveis planetas com vida uns dos outros, não será possível contato entre elas. Não dentro de um período de vida humana ou semelhante. Já escrevi a respeito, para uma civilização alcançar algum nível ultra sofisticado de tecnologia, essa civilização terá de passar por todos os riscos gerados por ela mesma para si, como acontece conosco e os riscos que pairam no universo. Meteoritos, cometas, explosões de supernovas, raios gama, buracos negros, etc. Afirmei em texto mais antigo: civilizações vão surgir, crescer, se expandir e desaparecer sem nunca conseguirem contato com qualquer outra civilização, o universo parece ter sido construído para isso mesmo, evitar e impossibilitar contatos entre grupos de vida. Então crianças assustadas e condicionadas por filmes de ficção científica, deve ser apenas uma enorme pedra viajando pelo universo, e passará bem perto de nós. Não tendo nosso planta como alvo é o mais importante, ou teremos o mesmo fim dos dinossauros. Na verdade, até merecemos tal fim, um lugar que se degenerou a tal ponto que vidas não possuem importância, indivíduos não conseguem mais aceitar o sexo no qual nasceram, e a individualidade não vale mais nada, criando uma atmosfera de fim de mundo, talvez mereça ser apagado da realidade. Quem sabe, talvez o visitante seja a solução de nossos problemas. Stephen W. Hawking disse a respeito do universo: “Para falar da natureza do universo e discutir questões tais como se ele tem um começo ou fim, é preciso ter clareza do que é uma teoria científica. Numa visão mais simplista, a teoria é apenas um modelo do universo, ou uma parte restrita de seu todo; um conjunto de regras que referem quantidades ao modelo de observação que se tenha escolhido”. Este tal universo, pode ser algo totalmente diferente do que nossa percepção humana vê. Somos insignificantes dentro de tudo isso, o pálido ponto azul capturado de uma sonda espacial , a terra vista, se não me engano de Saturno, traduz muito bem o que somos, nada. Minhas desculpas a você que vive banhado de arrogância e se considera especial, você é um nada no contexto. Nossa insignificância é tamanha que o nada já é muita referência para nós. Contudo, nós temos uma imaginação saliente e ela garante a construção de cenários diversos dentro da realidade arquitetônica como alternativa ao conteúdo regrado por afirmações lógicas. E dentro desse mundo alternativo mora a invasão alienígena, a chegada de algo superior, pois apenas uma civilização extremamente evoluída poderia chegar aqui atravessando o infinito que nos cerca. Chega a ser poético, despertamos interesse de algo ou alguém, e dentro de hipóteses diversas moram alternativas onde a sugestão se abriga sem nenhum comedimento, claro, tudo isso gera dinheiro, produções cinematográficas, livros, programas de entretenimento diversos, e uma boa dose de sublimação psicológica como terreno seguro, livre da realidade agressiva. O ser humano, quando sob pressão foge da realidade para mundos alternativos onde costuma produzir subterfúgios e evasivas que o livrem do que é real. A cultura, os produtores dessa área fornecem material constantemente para essa versões de fim de mundo. Umas inteligentes, outras tacanhas e filosoficamente equivocadas, e claro, enfim, entretenimento. Um cenário onde cabe qualquer devaneio. Haja pipoca e refrigerante para acompanhar tudo isso. E assim prosseguimos nas nossa fantasias que ajudam de certa forma no entorpecimento geral. Tem o extraterrestre bonzinho, o canibal e o que simplesmente quer passar creolina geral na terra e livrá-la desse limo podre que somos nós.
A humanidade se controla e vive por códigos, na maioria de origem religiosa ou assim estabelecidos. Hamurábi, Maat, cristãos e tantos outros processos de controle. Nessa nossa fase tecnológica, algumas dessas regras entram em conflito existencial com tanta novidade e manipulação. Esses padrões conforme descrito por Carl Sagan se dividem em cinco, aqui vou apresentar uma delas: “O padrão mais admirado de comportamento, pelo menos no ocidente, é a Regra de Ouro, atribuída a Jesus de Nazaré. Todo mundo conhece a sua formulação no Evangelho de São Mateus do primeiro século: “faz aos outros o que desejas que te façam”, quase ninguém a segue”. Mas ainda assim é um parâmetro como muitos, uma referência comportamental que mesmo na maioria das vezes ignorada como alertou o cientista, mesmo assim é um referencial de controle. Mas o ser humano é rebelde e não se ajusta com facilidade dentro de conceitos civilizados de ser, trazemos um nós uma animalidade conturbada, distante, mas frequentemente capaz de ousadias cotidianas no comportamento. E assim, o custo e resultado do comportamento é aferido e a partir dai se conduz uma narrativa, se plausível ou não se torna irrelevante ao gerar lucro. Mergulhados nessa ilusão como definiu o Buda, não significa que vivemos numa fraude mas numa malha de conexões onde estamos conectados substancialmente em essência no mesmo tecido da realidade. Todos nós somos energia que baila freneticamente se consolidando momentaneamente em matéria e uma realidade plausível para que a chamemos de nossa. O momento pode parecer frívolo mas na superficialidade dos eventos existe substância e padrão. Nosso intervalo se consiste de aparências mas há nele capítulos a se considerar com citou Buda: “Vê esse corpo ilusório, resplandecente e enfermo, uma estrutura de ossos, sujeito a doença constante, cheio de incontáveis desejos, no qual nada há de permanente ou estável”. E sendo assim não há com o que se preocupar crianças, uma pedra cósmica irá passar por aqui, aproveite o espetáculo nos céus, e se for outra coisa, também não precisamos nos preocupar com o que foi decidido a nossa revelia. Toda e qualquer circunstância acontece por um plano, e o portador do cronograma pode ter decidido que a situação exige correção, reformule e aprimore sua capacitância, energize-se para o próximo ciclo que talvez venha, e se não vier, esteja pronto para a continuidade, pode ter ainda um bom pedaço de ilusão para ser consumida, não perca essa oportunidade.
Gerson Ferreira Filho.
Citações:
Uma breve história do tempo. Stephen W. Hawking. Editora Circulo do livro.
Bilhões e bilhões. Carl Sagan, Editora Companhia das Letras.
Dhammapada, os ensinamentos de Buda. Editora Mantra.
A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.
A seguir os livros e os links para comprá-los na Editora Delicatta.
https://editoradelicatta.my.canva.site
Lançamento já disponível para compra na Editora Delicatta. Trezentas páginas das crônicas mais recentes com os mais variados temas como sempre.